O relatório “Perfil das Magistradas Brasileiras” reúne dados de mais de 1,4 mil juízas, ativas e aposentadas de todas as regiões e ramos da Justiça, que responderam à pesquisa. O levantamento inédito realizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) foi divulgado em Brasília quarta-feira, 8 de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher.
O documento foi elaborado e coordenado pelo Centro de Pesquisas Judiciais (CPJ) da AMB em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).
“A pesquisa é um ponto de partida para a elaboração de soluções e implementação de políticas públicas. Essa é a nossa tarefa e a nossa contribuição como juízes para a sociedade, perante a responsabilidade que carregamos junto com a toga”, afirmou o Coordenador do CPJ e Corregedor-Geral de Justiça, Ministro Luis Felipe Salomão.
Quem são as magistradas brasileiras
Mulher branca, casada, com filhos e responsável pela maior renda da família. Esse é o perfil majoritário entre as magistradas brasileiras, de acordo com o estudo. Com idade entre 43 e 60 anos, a maioria das juízas atua entre as áreas cível e criminal.
Mais de 63% ingressaram na carreira entre os anos 2000 e 2019, e atuavam na advocacia privada antes de se tornarem juízas.Apesar de representarem cerca de 51% da população brasileira, na Magistratura elas são 38% do total de juízes. Mais de 79% acreditam que houve avanços positivos na participação feminina na Magistratura.
Esses são alguns, entre outros pontos, presentes no relatório. Também de acordo com o documento, devido ao acúmulo de funções profissionais e familiares as mulheres deixam a ascensão profissional em segundo plano, prejudicando a chegada a patamares mais altos.
Cerca de 30,9% delas recusaram alguma promoção profissional para não terem que mudar de domicílio e, consequentemente, ficar longe da família e cerca de 74% afirmaram ter adiado os estudos ou aperfeiçoamento por causa das responsabilidades familiares.
Ao serem questionadas sobre algumas situações específicas, 70,5% das magistradas afirmaram já terem sido interrompidas por um homem enquanto falavam. Quase 48% delas alegaram ter sua inteligência subestimada, como se não fossem capazes de entender. Enquanto 46,7% declararam terem sido rotuladas como agressivas quando, na percepção delas, estavam sendo apenas assertivas e seguras de si.
A íntegra foi disponibilizada no site da AMB.
Fonte: Ascom AMB, com adaptações AL/AscomTRF1.
Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região