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19/03/2024 09:42 - INSTITUCIONAL

Escola de Magistratura Federal da 1ª Região dá início a curso sobre gestão judicial

Palco do auditório da Esmaf, em Brasília/DF. É possível ver no palco o mestre de cerimônias falando do púlpito; também estão no palco as desembargadoras federais Gilda Sigmaringa Seixas; Daniele Maranhão; Ana Carolina Roman e Kátia Balbino.

Carlos/AscomTRF1

A Escola de Magistratura Federal da 1ª Região (Esmaf), em parceria com a Corregedoria Regional da Justiça Federal da 1ª Região (Coger), deu início na manhã dessa segunda-feira, 18 de março, a uma capacitação direcionada a juízes e servidores.

O curso “Gestão Judicial 360º: operações e pilares para unidades eficientes” teve abertura presencial, realizada direto da sede da escola, em Brasília/DF, e on-line - essa transmitida pelo YouTube da Esmaf. O principal objetivo da capacitação é dotar os participantes com insights e ferramentas de aprimoramento da gestão que enfatizam novas práticas eficientes, transparentes e céleres.

O juiz-gestor

Na abertura do evento, o presidente do TRF1, desembargador José Amilcar Machado, destacou em vídeo a importância de o curso ressaltar o papel do juiz-gestor.  

“Será uma oportunidade espetacular para mergulhar em uma jornada transformadora que aborda a compreensão do tema gestão judicial de forma ampla e pautada nos quatro pilares abordados: pessoas, conhecimento, acervo e resultados. Essa é a base para o funcionamento eficiente das unidades judiciais”, salientou o presidente do TRF1. 

Logo após, a diretora da Esmaf afirmou que o curso se originou a partir de um pedido feito a ela pelo corregedor regional da Justiça Federal da 1ª Região, Néviton Guedes. Segundo ela, o corregedor entendia como fundamental e necessário levar aos magistrados um conhecimento mais profundo sobre gestão. 

Nesse sentido, Gilda Sigmaringa lembrou três compromissos fundamentais que ela assumiu desde que iniciou a gestão na Esmaf: manter viva a tradição da Escola em relação aos Direitos Humanos; ampliar a participação democrática nas iniciativas da unidade e, por fim, apresentar um plano de ação inovadora para o biênio 2023-2025 que, assim como o nome do curso iniciado na segunda-feira, também foi denominado de Gestão Judicial 360º.  

“Isso implica que as estratégias da Escola na formação e no aperfeiçoamento da magistratura devem reconhecer a importância do juiz-gestor. Não apenas como alguém competente e ético, mas também como alguém ainda mais sensível a outros incentivos e apto a dominar ferramentas das ciências ou novas tecnologias para prestar jurisdição a uma sociedade em constante evolução”, salientou. 

Além da diretora da Esmaf e do corregedor, estiveram presentes na abertura do evento também a vice-diretora da Escola, desembargadora federal Daniele Maranhão, e as desembargadoras federais Ana Carolina Roman e Kátia Balbino. 

O antigo e o novo juiz

A palestra inaugural do curso foi proferida pelo corregedor regional, Néviton Guedes.  “Nós temos um grave problema que nos cerca a todos dentro do Sistema Judiciário: é o problema da gestão. Gestão de processos, acervo, gabinetes. Porque essa na verdade não é uma demanda para a qual fomos preparados. Não temos disciplina no âmbito das escolas de Direito que nos prepara para esse problema”, afirmou o corregedor. Sua fala foi centrada na dicotomia entre “o antigo e o novo juiz”. 

O novo juiz, afirmou, não produz pelo trabalho – produz pelo resultado, quer ser gestor, conhecer o que ocorre em seu gabinete. “Essa transição para mim foi muito difícil. Esse veso intelectual, bacharelesco, que temos todos ainda – eu tenho que lutar contra ele todos os dias”, afirmou o desembargador federal Néviton Guedes, que, em sua palestra, abordou: gestão do tempo e de pessoas; papel do advogado como auxiliar da gestão dos gabinetes; cobrança dos órgãos superiores; preocupação permanente com a gestão; estratégias do Poder Judiciário; triagem, mensuração e metas. 

*A íntegra da palestra pode ser assistida na gravação disponibilizada pelo canal da Esmaf, a partir do minuto 43.

“Nudges” na administração de unidades judiciais e gestão dos recursos humanos

A aplicabilidade da técnica comportamental dos “Nudges” à administração de unidades judiciais e à gestão dos recursos humanos foi o tema da palestra da desembargadora federal Daniele Maranhão, vice-diretora da Esmaf.

Segundo a magistrada, o Nudge funciona como uma espécie de “cutucão” complementado pelo alinhamento de propósito: se por um lado o papel do Nudge é capaz de moldar um ambiente de escolha, o alinhamento possibilita equilibrar objetivos individuais e coletivos. 

Consiste em uma técnica sutil e de encaminhamento, abordagem suave de persuasão indireta baseada em escolha arquitetada e em exemplos comuns que incentiva decisões ou comportamentos. É uma forma de agir e envolver a equipe, que funciona, principalmente, com uma base de transparência. 

As mudanças que vêm a partir do Nudge são controladas e esperadas, não são impositivas e melhoram o bem-estar geral, conforme explicou a magistrada. 

“Quando chamo pessoas para conversamos sobre como podemos melhorar um ambiente, elas se sentem responsáveis pelo resultado final”, observou Daniele Maranhão.  

A magistrada falou sobre vantagens e limites dos Nudges na área judicial; sobre os passos para desenvolver uma solução com Nudge e os métodos (como simplificação, feedbacks imediatos, personalização, entre outros); sobre os principais objetivos de melhoria dos gabinetes (tempo, produtividade, atendimento, profundidade); exemplos práticos e sugestões iniciais para aplicar o Nudge nas unidades judiciais.  

**A íntegra da palestra pode ser assistida na gravação disponibilizada pelo canal da Esmaf, a partir de 1h45.

Outras atividades

Com 36 horas-aula, o curso teve seguimento na tarde dessa segunda-feira, dia 18 de março, quando o núcleo da Esmaf na Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF) lançou o 1º Seminário Complementar ao curso de gestão judicial.

A abertura foi feita pela juíza federal Raquel Soares Chiarelli, coordenadora da Esmaf na SJDF. Após, o professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade de Barcelona, Gonçal Mayos Solsona, e o professor e pesquisador do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) André Luiz Freitas Dias conduziram os trabalhos.

O curso “Gestão Judicial 360º: operações e pilares para unidades eficientes” tem previsão de continuar até o dia 24 de abril. São cinco módulos de formação divididos entre os temas “Introdução à Gestão Judicial”, “Gestão Estratégica”, “Organização das unidades judiciais e gestão de pessoas”, “Gestão do acervo” e “Monitoramento e avaliação dos resultados. 

AL

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região 


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