“Esses dados evidenciam um distanciamento da Justiça Federal da realidade dos seus povos tradicionais, de suas culturas e sobretudo da vida do campo, rural. De fato, enfrentamos um acesso à justiça significativamente deficitário, devido a essa grande extensão e desconexão. Não menos grave é o acúmulo de processos aguardando julgamentos e cumprimento de sentença. Especialmente nas varas dos juizados especiais federais, o que gera um certo nível de descrença em nossa capacidade de zelar efetivamente pelo direito federal do nosso jurisdicionado”, afirmou a diretora da Esmaf.
Avançar é a palavra que guia e deve acompanhar a I Jornada dos Juizados, afirmou. Buscar as forças alternativas de solução de conflito foi uma urgência na fala da magistrada.
“Do ponto de vista científico, percebo que esta jornada se distingue das demais tradicionalmente realizadas pelos tribunais superiores, fóruns e institutos. É uma jornada mais participativa, pois, para discutir nossos desafios da 1ª Região, as comissões de trabalhado que foram criadas não foram desenvolvidas apenas a partir da ciência do direito, mas também contemplando aspectos de inovação, novas tecnologias, gestão pública, economia social e sociologia. Esta jornada é, portanto, um projeto de saberes transversais que se entrecruzam com os temas mais solenes e necessários da Justiça Federal com o objetivo de deixá-la mais próxima da sociedade, mais efetiva e mais atenta aos desafios sociais”.
Coordenador-geral das atividades da I Jornada dos Juizados Especiais Federais, o desembargador federal Roberto Veloso reafirmou a importância do evento, salientando a chegada dos Juizados aos lugares mais distantes do Brasil, especialmente com a instalação de postos avançados. “Precisamos da energia que transforma”, manifestou Veloso. “Espero que saiamos daqui com boas medidas a serem sugeridas para melhorias dos nosso serviço”.