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27/05/2024 09:20 - INSTITUCIONAL

Roda de conversa aborda importância da divisão de tarefas para evitar sobrecarga de quem cuida de idosos

Realizada na última quinta-feira, 23 de maio, a roda de conversa Cuidando do Cuidador foi promovida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em mais uma ação do projeto que já está em sua 5ª edição. Com o tema “Envelhecer vivendo – Olhar para quem cuida”, a palestra foi ministrada pela psicóloga e especialista em gerontologia, Mariana Magrini. O evento ocorreu na modalidade on-line pela plataforma Teams. 

Com o objetivo de apoiar servidores e demais colaboradores que desempenham o papel de cuidadores de seus familiares, sejam eles idosos ou pessoas com deficiência, o projeto trouxe para o encontro a temática do envelhecimento com qualidade de vida e abordou os tópicos: processo de envelhecimento; cuidados na vivência psicoemocional e social; arte-tarefa de cuidar; importância da rede de apoio e preparando a própria velhice. 

O evento foi aberto pela servidora Aline Maria Lima Sá Campos, supervisora do Setor de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho (Setvid), juntamente com Maria Ângela Rocha Paes, assistente social do TRF1 e integrante da equipe do Setor de Serviço Social (Setsoc). Elas falaram sobre a importância do projeto Cuidando do Cuidador, bem como sobre o tema da questão emocional que envolve a realidade de quem cuida dos seus familiares.  

A psicóloga Mariana Magrini iniciou a palestra apresentando aos participantes o conceito sobre a revolução da longevidade. Segundo a palestrante, hoje se vive pelo menos 30 anos a mais na velhice do que há algumas décadas. Ela atribuiu a fatores, como: saúde (direito a partir de 1988), educação, cultura, trabalho, serviços assistenciais, seguridade social e o estatuto da pessoa idosa (2003).  

Além desses, também influenciam a longevidade políticas públicas para a promoção da atenção à saúde, a especialização de profissionais, o acesso a conhecimentos e cultura, condições financeiras mínimas, suporte e cuidado à pessoa idosa e aos envolvidos. 

A palestrante ressaltou aspectos sobre o “idadismo” (etarismo) que é a discriminação em relação à uma faixa-etária. Mariana conceituou a prática com a citação: “muitas vezes o idadismo passa despercebido, mas está presente em propagandas, piadas, ditados populares, meios de comunicação, imagens e vídeos, reproduzidos em redes sociais, carregados de estereótipos contra a velhice” (Nogueira e Batista, 2024) 

Para romper com a gerontofobia e promover um envelhecimento bem-sucedido, a especialista apontou quatro caminhos: conhecimento; pessoas idosas ocuparem mais espações públicos; intergeracionalidade; e rodas de conversas entre familiares, amigos, comunidade e ambiente de trabalho.

Para Mariana, “envelhecer é muito novo, então não conseguimos ver que nossa postura é de rejeição. A velhice é entendida como uma antessala da morte”. E completou com a frase atribuída a Marta Pessoa: “o mais curioso neste mundo que envelhecemos a passos largos é perceber a existência de preconceito, o mais velado de todos, o que mais se camufla, mas que está presente em todos os ambientes, desde o familiar até o profissional”. 

Outro fator apresentado pela especialista para evitar o mau envelhecimento é um alerta sobre o impacto negativo que a solidão representa. De acordo com a psicóloga, um estudo da Universidade de Stanford (EUA) identificou que a solidão é mais prejudicial do que o tabagismo. O estudo concluiu que a falta de conexão e de sensação de pertencimento podem gerar processos inflamatórios crônicos e doenças neurodegenerativas. 

Sobre o trabalho de quem cuida, Mariana Magrini pontuou que cuidar é produzir o trabalho doméstico e familiar, 24 horas de compromisso e responsabilidade e com vínculo afetivo.  A palestrante lembrou que a atividade do cuidador é invisibilizada, subvalorizada e feminizada (realizada na maioria dos casos por mulheres).  

Cuidadores sobrecarregados – A psicóloga e gerontóloga falou sobre as diversas funções desempenhadas pela pessoa que cuida, entre elas: os cuidados com as atividades da vida diária, a administração das finanças, compras, medicamentos e casa; a investigação das necessidades; motorista e a gerência de tudo o que é necessário lembrar, como: fornecer atas para os médicos, repassar informações e memórias em geral. Ela recomendou a terceirização do cuidado, “para quem posso delegar algumas tarefas?”.  

Mariana sugeriu a criação de um rodízio dos dias de cuidar, a contratação formal de um cuidador profissional, atendimentos domiciliares e a participação de outros membros da família e amigos. Para ela, “a coletividade é uma excelente ferramenta”. 

Mariana Magrini é psicóloga, especialista em Gerontologia, pós-graduada em Terapia Sistêmica e Psicomotricidade. 

AN

Assessoria de Comunicação Social  
Tribunal Regional Federal da 1ª Região  


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