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05/12/2024 09:46 - INSTITUCIONAL

9º Mutirão Pop Rua Jud no DF realiza mais de 400 atendimentos na manhã dessa quarta-feira (4)

Pessoas em situação de rua e Voluntários do Mutirão interagem no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, um grande espaço com estrutura de metal no teto e pares cinza de concreto. No primeiro plano, à esquerda, vemos três mulheres sentadas atrás de uma mesa coberta com papéis e pequenos cartões organizados. Elas estão vestindo camisetas brancas com a estampa do Mutirão e atendem as pessoas em situação de rua. À direita, no primeiro plano, há outra mulher com óculos vermelhos, de cabelo curto, que também parece observar a interação. No segundo plano, várias pessoas, algumas em pé e outras em movimento, estão sendo atendidas. Um homem com cabelo volumoso e mochila verde está em destaque, interagindo com as atendentes. O fundo tem colunas grandes e uma estrutura aberta, típica de pavilhões ou galpões, com iluminação natural entrando pelas laterais. O ambiente é movimentado, mas o foco principal é a interação entre as pessoas na mesa.

Crédito: Carlos Siqueira/Ascom-TRF1

No pavilhão de exposições do Parque da Cidade, em Brasília/DF, a 9ª edição do Mutirão Pop Rua Jud recebeu, só na manhã do dia 4 de dezembro, mais de 400 pessoas em situação de rua para atendimentos e prestação de serviços – incluindo a prestação jurisdicional por meio da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF) com o apoio do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Dentre as mais de quatro centenas de pessoas estava Priscila Silva, de 43 anos, que saiu de Uberaba para Brasília, em busca de uma vida melhor –que, segundo ela, ainda não alcançou. “Por enquanto, não está sendo como eu imaginava. Estou em situação de rua. Roubaram meus documentos, roupas, tudo. Eu vim com a cara e a coragem para cá”, contou enquanto aguardava por atendimento no Mutirão.

Depois de passar pela triagem feita pelos voluntários e demais trabalhadores do PopRua Jud, o primeiro encaminhamento de Priscila foi à Polícia Civil para recuperar sua identidade perante o Estado.

Em Uberaba, Priscila não tinha ocupação. “Eu era casada com outra pessoa, que é o pai de um dos meus filhos. Ele sempre me maltratava e era usuário de crack como eu sou”, relatou Priscila, mostrando cicatrizes das agressões que sofria. “Resolvi colocar um ponto final. Conheci uma pessoa muito boa, que me apoia, que está me tirando dessa vida e já tem duas semanas que eu não ponho essa porcaria [sic] na boca”, fez questão de ressaltar.

O desejo de Priscila é continuar nesse caminho que ela mesma chama de “benção de Deus”. Com quatro filhos – três já adultos – e seis netos, ela afirma que veio para o Mutirão não só para recuperar os documentos, como também com esperança de arrumar um emprego e uma casa onde possa estar com seu filho menor, que atualmente está com o ex-marido.


Soluções

Para os desejos de Priscila e das várias pessoas que passaram pelo local, o 9º Mutirão Pop Rua Jud no Distrito Federal se propõe a encontrar soluções a partir da parceria interinstitucional de órgãos diversos, não só do governo federal como também do governo do Distrito Federal e de outras instituições, como universidades.

No local, há tendas espalhadas para atendimento em órgãos como a Receita Federal e a Secretaria de Direitos Humanos do DF, por exemplo; a carreta da defensoria pública para prestar auxílio jurídico em geral; o programa itinerante do trabalho; uma área destinada ao cuidado com a saúde das pessoas e dos animais de estimação e, como não podia faltar, um espaço reservado para a Justiça Federal – com perícias, atermações e acordos para concessão, recuperação, entre outras ações envolvendo benefícios.

Foi o caso de Osmir Cordeiro, que na manhã do dia 4 de dezembro aguardava na fila de perícias médicas da Justiça Federal no DF. Com 51 anos, Osmir, baiano (que se considera mais candango após tantos anos em Brasília), foi pizzaiolo até o ano de 2020, quando, indo para o trabalho, sofreu um acidente. “Um carro me pegou [sic] e eu quebrei as duas pernas. Fiquei afastado pelo INSS, mas eles me cortaram [sic]. Amanhã vai fazer um ano que eles me cortaram [sic] e que fiquei sem benefício”, conta Osmir, que apresenta laudos médicos comprovando sua incapacidade permanente para trabalhar.


Além das grandes cicatrizes que carrega do acidente, a perna de Osmir Cordeiro não dobra. “Não posso me agachar e tenho muita dificuldade para ficar em pé. E pizzaiolo você sabe, né?! É para lá e para cá [sic]”, relata. Porém, ele não soube dizer por que o benefício foi suspenso. “Não sei por que me cortaram. Eu procurei o advogado, ele me colocou [no processo], mas o INSS me recusou [sic]. E pronto. O último período foi em março. Fui recusado [uma vez] também judicialmente. Voltei ao INSS e nada. Mas eu vim hoje aqui porque me falaram que este Mutirão ajuda muito. Passei ali na perícia com o médico e ele falou que eu sairia daqui aposentado. Então, estou esperando em Deus que vai dar certo”, disse.

O balanço dos atendimentos totais realizados no mutirão será divulgado posteriormente, mas já é perceptível que centenas de histórias como as de Priscila e Osmir tomaram um curso diferente a partir do PopRua Jud ocorrido nessa quarta-feira, dia 4 de dezembro.

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AL

Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da 1ª Região


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