“Me sinto extremamente honrada de ter vindo para o TRF1”. A frase da desembargadora federal Nilza Reis reflete o quanto a magistrada é grata por tudo o que viveu ao longo da carreira, que culminou com o cargo de desembargadora federal do TRF 1ª Região. “Sabe aquela coisa do alívio do dever cumprido? É isso que estou sentindo porque, em algum momento da minha vida, me falaram que eu era maluca de trabalhar tanto e eu respondi que essa era a única maneira que eu tinha de ser e eu não queria ser igual a ninguém”.
A desembargadora federal Nilza Reis se despediu do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) nessa quinta-feira, dia 1º de agosto, em virtude de sua aposentadoria e a um mês de completar 75 anos, data-limite para o exercício da função. Antes de deixar a magistratura, concedeu entrevista ao informativo Primeira Região Hoje, do TRF1. Confira os principais pontos!
A magistrada tomou posse no cargo de desembargadora federal na Corte pelo critério de antiguidade no dia 10 de maio de 2023, nas vagas criadas pela Lei n. 14.253/2021, que ampliou a composição do TRF1 de 27 para 43 magistrados. Natural da Bahia, graduou-se, tornou-se mestra e doutora em Direto pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e teve trajetória sólida nas funções de procuradora federal, advogada, conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Bahia e federal, e professora, até entrar para a magistratura federal no ano de 1993 no cargo de juíza federal da Seção Judiciária da Bahia (SJBA), na qual também foi diretora do foro.
Sobre os mais de 50 anos de carreira – 31 na magistratura e 20 na advocacia –, Nilza Reis destaca que considera todas as fases importantes. “Eu amei ser advogada e advoguei de 1976 até 1993, quando me tornei juíza federal. Acho que a gente tem uma leveza na advocacia, apesar de lidar, em alguns momentos, com as paixões humanas nem sempre meritórias, mas valeu muitíssimo a pena”.
O período que atuou na condição de procuradora também deixou saudades. “A Procuradoria foi uma fase muito boa. Eu era procuradora regional do Estado da Bahia e meus colegas, inclusive, fizeram faixas belíssimas lamentando a minha saída, que eu guardo até hoje”, lembra. Mas foi na magistratura que atuou por mais tempo. “Se você me perguntar em que momento foi bom ser juíza, foi quando eu pude resolver efetivamente problemas que alcançavam muitas pessoas. Essas ações me deram muito prazer de julgar e foram muito trabalhosas, mas também foram muito recompensadoras”.